sexta-feira, 28 de março de 2008

Por Causa do Esquilo

Ó, outro animal aparecendo aqui. Na verdade, surgiu na minha frente aqui no Jardim Botânico do Rio. Pintou e eu, num agora, já estava câmera na mão, zoom, pára um pouquinho bichinho, pára aí, não, não, pára aí, Reginaldo.
Parei e lembrei de uma coisa que pensei nas férias há quase um ano. Coisa que poderia transformar esse texto em Por Causa da Memória. Falo da indústria fotográfica e da japoneização de todos nós. Já reparou que a gente quase não repara mais? O esquilo aparece e já vira jotapegue. O céu tá bonito? Digitaliza. E é aí que falo por causa da memória. Não sou não contra a tecnologia, muito menos contra fotos, mas, às vezes, acho que a indústria fotográfica podia dar uma parada. E nós também nessa nossa incontinência fotográfica. Na boa, agradeço a Deus por não sermos todos bons fotógrafos capazes de reproduzir num clique as belezas que a gente vê e por não haver esse recurso na minha câmera. Isso talvez ainda nos force a lembrar do que se vê. Não fosse assim, babau memória visual, penso eu. Nossos recuerdos seriam em cartão, na cybershot, ou no celular. Cada vez mais fora de nós. Imagina não contar mais uma lembrança, viraríamos slideshows ambulantes.

Ontem conheci uma guria, cara que... ó, dá uma olhada aqui na câmera
Bah, foi um golaço, deixa eu pegar meu celular
Como foram as férias?; Pega aqui, mas devolve hoje o cartão que fiquei de contar pra minha namorada também.
Menina, tem um vestido na Zara que, nossa, vou te mandar o jotapegue.
Profi, nessa prova dá pra consultar a câmera digital?


O que tem me parecido é que a gente tem passado mais tempo fotografando do que vendo, curtindo o que fotografou. Tá, eu fotografei os esquilos, admito. Mas depois da segunda foto, parei. E agora tem uma criança loirinha aqui do meu lado, linda, olhinhos azuis e juro que não vou fotografar. Até porque a mãe pode achar que eu sou um sujeito meio esquisito, tirando fotos de criancinhas no parque, ?

Ó, o tal do esquilo aqui em cima.
sexta, 21/3/8


quarta-feira, 19 de março de 2008

Por Causa de Outros Textos

Ia escrever aqui falando de uma coluna que fiz pro jornal Vaia. Começaria mais ou menos assim "Já que eu não tenho escrito aqui, vocês podem me ler lá..." e daí parei, pensei "Vocês?", mas whatthefuck vocês, Reginaldo?, tu sinceramente acha que alguém está visitando esse blogue, que há leitores aqui? E, na minha cabeça, uma coisa leva há outra, que leva a outra. Dessa vez me levou a pensar sobre essa coisa de blogar, postar e no porquê de tudo isso. No meu caso começou por causa dos elefantes, como eu já disse ali embaixo. Escrevi, botei aqui e depois mandei um e-mail pra uma turma que achei que gostaria de conhecer o que eu pensava sobre aquele assunto e que eu não conseguiria reunir rápido num bar pra conversar. Ok, pensei, eu queria dividir aquele texto com aquele grupo. Dividi. Mas e agora? Depois que eu terminar esse aqui, será que mando pra todo mundo de novo? E quando achar mais um porquê botar palavras aqui de novo, emeio pra eles mais uma vez? Ó, ó as coisas me levando a outras: mas vem cá, criar um blogue é criar automaticamente um chato? Isso não estava escrito nos termos e condições do blogspot. Mas é a sensação que dá, que se eu ficar publicando aqui e avisando todo mundo toda hora, vou ter que me aceitar um chato exibicionista. Mas tu não escreveu pra ser lido, rapá? Se tu não avisar, ninguém vai ler, me diz uma vozinha aqui. Será? Será que os blogueiros esses que são lidos fazem, faziam isso: texto novo, pam, um sapm? Garanto que - caso houvesse leitores aqui -, já teria um pensando "mangolão, tem uma ferramenta que faz esse aviso automaticamente". Mas aí eu diria assim pra esse suposto leitor:
- Suposto Leitor, em primeiro lugar, sou bastante limitado nessas tecnologias e também preguiçoso pra elas, portanto não sei e provavelmente não vou saber da existência dessa possível ferramenta. E, em segundo lugar, Suposto Leitor, me parece que o fato de a ferramenta fazer o spam por mim é só um paliativo pra dor na consciência. Tu não vai ter a sensação de selecionar dez, vinte, cem endereços de e-mail, digitar "Ó, texto novo" e enviar. Logo, tu não vai ter a sensação de ser chato. Mas lá nos outros lados, onde receberem o aviso do spam-automático-gerado-pela-possível-ferramenta, onde alguém ler "Mensagem automática: novo texto no blogue", pois lá, Suposto Leitor, lá outros leitores pensarão "Mas que pé no saco do caramba, mais um e-mail desse...". Entendido, Suposto Leitor? Quando tu opta, seja lá por que tecnologia menos ou mais arcaica, quando faz a opção de ficar pentelhando no e-mail dos outros a todo instante, tu opta por ser um chato. Só varia o grau de intensidade com que a chatice se manifesta pra ti. É o que eu acho.

Mas voltando a falar com os outros supostos leitores, vocês continuarão assim, supostos, eu acho. Porque decidi que não vou ficar avisando ninguém sobre textos novos no blogue. A não ser que pense que é interessante mesmo pra alguém, que esse alguém gostaria de ler isso.

Ah, sim, supostos leitores, estou escrevendo nas próximas sete semanas a Curadoria Literária do Jornal Vaia. Era por causa disso que ia escrever esse texto. Se quiserem ver essa curadoria, é só clicar lá em cima ou aqui.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Por Causa da Falta de Assunto - ou Agenda

Pois é, como eu previa, sou um fracasso total como mantenedor de blogues. Cheguei a tentar me informar sobre a história dos elefontes e seus desenrolares. Não achei nada até agora. Então vou aproveitar esse espaço que tá aqui, de bandeja, pra convidar quem por aqui passar pra uma série de eventos da qual vou participar. Pois bem:

- Dia 25 de março, terça-feira, sou o autor convidado pra abrir os trabalhos de um programa da Faculdade de Letras da PUCRS chamado Literatura é Assim: Sarau dos Novos. Vou ler contos, me apresentar e bater um papo com alunos, professores e quem mais quiser aparecer. É aberto e de grátis. Aparece lá:
Sarau dos Novos com Reginaldo Pujol Filho (eu)
Na Faculdade de Letras da PUCRS, Prédio 8, sala 305
25/03 - Terça - A partir das 18h

- Daí no dia 28, faço minha primeira participação na FestiPOA Literária (a I Festa Literária de Porto Alegre). Vai ser no no SARAU LÍTERO-SONORO DO JORNAL VAIA. Vou lá, junto com músicos e escritores ler um conto, tomar umas cervejas e aproveitar essa baita realização que é o FestiPOA. Entonces:
Sarau Lítero-sonoro do Jornal Vaia
No Espaço Cultural Casa dos Bancários (Rua General Câmara, 424)
28/03 - Sexta - A partir das 20h30

- E aí, no Sábado 29, participo de uma mesa de debates do FestiPOA. Tá descrito assim na programação da Festa: Reginaldo Pujol Filho conversa com Lima Trindade, Marco de Menezes, André Maciel, Everton Behenck e Gustavo Rios. Quer conversar com a gente? Então vai lá:
FestiPOA Literária, última mesa, comigo, entre outros.
Na Palvraria (Vasco da Gama, 165)
29/03 - Sábado - A partir das 18h

Acho que é isso.
Seu descobrir o que anda acontecendo com os elefantes, tiver um novo convite, ou um novo algo a dizer, volto aqui.